Lixo Nuclear em Caldas: sociedade civil encara silêncio da INB sobre descomissionamento de mina de urânio

SEM RESPOSTA – A sociedade civil aguarda, sem previsão, resposta sobre os inúmeros questionamentos relacionados a situação do lixo nuclear e das operações de mineração de urânio encerradas em Caldas, Minas Gerais.

Representantes da sociedade civil visitaram em setembro o local da mina de urânio abandonada em Caldas (MG) e as perguntas seguem em aberto. O governo e a INB, Indústrias Nucleares do Brasil não executaram efetivamente ações que gerem segurança para os moradores.

"Não há relacionamento com a comunidade local. Existe uma propaganda institucional que sugere esse relacionamento, mas, na prática, grupos que questionam as atividades da INB, as Indústrias Nucleares do Brasil, sempre encontram maior *dificuldade na promoção do diálogo* ou debate", afirma Silvana Torquato, membro da AAB Núcleo Caldas.

Embora não possua todo o seu território prospectado, o Brasil figura atualmente como detentor da sétima maior reserva de urânio do mundo, com 309 mil toneladas de U3O8 nos Estados da Bahia e Ceará. Isso significa que novas Caldas podem ser deixadas de legado perigoso em mais locais do país.

Histórico da mina de urânio é de abandono da comunidade

A mina de Caldas produziu entre 1981 e 1995 cerca de 1200 t de concentrado de urânio. Esta mina tinha um teor médio de 800 PPM (partes por milhão), bem menos rico que Caetité, na Bahia, (com potencial para atingir 3.000 PPM). A vida útil da mina de Caetité está prevista para 50 anos.

A desmontagem da mina de Caldas, ou no termo técnico, descomissionamento, anda muito lentamente. Não há nem mesmo um projeto de orçamento público definido para todas as ações que serão necessárias. "Segundo a INB, o descomissionamento teve início em 1995. O que sabemos é que até o momento foram demolidas algumas estruturas de alvenaria." conta Silvana.

Há risco da disruptiva das barragens D4 e Águas Claras, ambas com águas ácidas, altamente perigosas.

Recentemente foram realizadas auditorias pelo Ibama, ANM - Agência Nacional de Mineração e CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear. Mas se há um plano, a comunidade do entorno não foi informada.

Vamos permitir que novas Caldas aconteçam no Brasil?

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