Caetité, cidade localizada no sertão da Bahia, é o único lugar da América Latina com uma mina de urânio em atividade.
A cidade cujo nome em tupi significa ”mata da pedra grande”, referência a uma formação rochosa conhecida por “Pedra Redonda” sofre com problemas graves. Há registros de aumento de casos de câncer na população local, além de danos ao meio ambiente desde que a operação começou.
No ciclo inicial de mineração de urânio em Caetité, entre 2000 e 2014 houve, pelo menos, cinco acidentes registrados com material radioativo. Um dos mais preocupantes foi o vazamento de 5 mil m³ de licor de urânio e lama radioativa no solo. Em 2011, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) admitiu o acidente, estimando que 67 quilos de concentrado de urânio vazaram por 76 dias.
Rios e solo foram contaminados nesta fase. A retomada em 2019 deixou a população alerta. Em pontos como ao sul da mina do Engenho, que começou a operar 4 anos atrás, a radiação chega a índices que superam em até 10 vezes o que é considerado seguro para a saúde.
A unidade federal de beneficiamento ocupa uma área de mais de 2 mil campos de futebol e chega a produzir 400 toneladas de urânio por ano. Os planos são de que haja exploração por 50 anos e depois o local seja abandonado com seu rastro de destruição.
Pequenas comunidades rurais como Barreiro, Juazeiro e Maniaçu, além do Quilombo de Malhada, ficam próximas à mina de urânio, deixando em risco aqueles que vivem da agricultura familiar. As explosões produzem um gás tóxico, o radônio, que acaba sendo respirado pelas pessoas. Além disso, partículas radioativas se espalham e contaminam comunidades inteiras.
Como em outros locais onde há atividade nuclear no Brasil, a comunidade se queixa da falta de transparência da INB - Indústrias Nucleares do Brasil.
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