Expedição russa procura vestígios de radiação no mar do Japão

27 Setembro, 13:39 

Foto: Fukushima

Especialistas da agência russa de energia atômica Rosatom partiram para a região das ilhas Curilhas para estudar as consequências da catástrofe ocorrida em 2011 na usina nuclear de Fukushima. Ao longo de 28 dias os participantes da expedição irão procurar vestígios dos vazamentos que possam ter permanecido nessa região depois do acidente na usina nuclear japonesa.

Uma dezena e meia de especialistas russos da área de radiação, representando a Rosatom, a Rosgidromet (agência de meteorologia), o Ministério da Defesa e a Universidade Marítima do Extremo Oriente, seguiram viagem a partir do porto de Vladivostok. A bordo do navio “Professor Khlyustin” teve início a terceira expedição de monitoração da situação radioativa na região do Extremo Oriente e das ilhas Curilhas.

Depois da extensa catástrofe que aconteceu em Fukushima estes estudos devem ser realizados, não uma vez, mas com regularidade, sublinhou em entrevista à Voz da Rússia, antes da partida do navio, o chefe do Laboratório de Segurança Radioecológica Stanislav Shabalev. Segundo o mesmo afirmou, este ano “os estudos serão mais extensos do que antes”:

“Será monitorada a presença de radionuclídeos artificiais em aerossóis de ar e recolhidas amostras para analisar a presença de césio, estrôncio e trítio, assim como parcialmente de plutônio, na água. Serão recolhidas amostras de solos, erva e hidrobiontes, como moluscos, por exemplo. Durante a viagem tudo isso será pesquisado para detectar a presença de radionuclídeos.”

Segundo o especialista, as anteriores expedições de 2011 e 2012 demonstraram que a presença de césio-137, estrôncio-90 e outras substâncias perigosas na água do mar e nos solos não evidenciam uma influência importante do acidente da usina japonesa sobre o território da Rússia. Esta expedição tem mais um caráter de confirmação desse fato, referiu Stanislav Shabalev. Outra tarefa não menos importante é o estudo dos processos de comportamento da radiação no mar e na área costeira:

“Pode ter havido alterações para melhor, provavelmente isso terá acontecido. Alguma coisa terá ido para o oceano e aí se terá diluído, os radionuclídeos de vida curta se terão decomposto. Mas também podem ter ocorrido processos negativos. Isso terá de ser verificado, temos de ter a certeza que a radiação se mantém em níveis da radiação de fundo na zona das nossas águas territoriais, das nossas ilhas e das nossas reservas pesqueiras.”

Os dados da monitoração são necessários para garantir a segurança do desenvolvimento da energia nuclear, para as pessoas e para o funcionamento das usinas nucleares em funcionamento e em construção. “Nós tentamos avaliar como as medidas tomadas pelo lado japonês depois do acidente de Fukushima contribuíram para minimizar os danos e para que os radionuclídeos tenham deixado de vazar para o ambiente”, informou o cientista. Ele considera que essa avaliação é importante para a tomada de decisões corretas na área da segurança e do desenvolvimento da energia nuclear na Rússia.

Recordemos que o acidente na usina de Fukushima I, a maior depois da catástrofe na usina nuclear de Chernobyl, ocorreu depois da ocorrência de um forte terremoto no nordeste do Japão a 11 de março de 2011. Depois dos abalos subterrâneos, a costa foi atingida por uma onda tsunami de 14 metros de altura, a qual inundou quatro dos seis reatores de Fukushima e avariou o sistema de resfriamento.

Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_09_27/Expedi-o-russa-procura-ve...

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