O risco de contaminação radioativa em Fukushima não afeta somente a população local, mas também frustra surfistas que frequentam a praia de Toyoma, a 50 quilômetros da central nuclear acidentada. O local, popular pela areia branca e as ondas, ainda recebe praticantes do esporte, mas as preocupações aumentaram desde que os vazamentos de água contaminada da central se multiplicaram, nas últimas semanas.
Apesar das notícias, cerca de 30 surfistas chegam cedo na praia para aproveitar as ondas. “Devem nos achar doidos, mas o importante, para nós, são as ondas”, brincou Yuichiro Kobayashi, surfista há mais de 30 anos, à agência AFP. Militante de uma associação de preservação do litoral, Kobayashi recolhe diariamente amostras de água do mar e areia de Toyoma para análises na Escola Técnica Superior de Fukushima. A água está limpa, garante o órgão.
De acordo com os padrões japoneses, a água própria para o banho tem até 10 becquerels (unidade de medida para radioatividade) de césio por litro. Conforme as últimas análises, a água de Toyoma está com 6,22 becquerels.
A praia foi proibida para os visitantes durante um ano, após o acidente nuclear de 2011, quando um terremoto de magnitude 9, seguido de tsunami, atingiu a central nuclear de Fukushima. Ainda hoje, há resquícios da onda que devastou a praia há mais de dois anos, como restos de casas destruídas. Uma placa pede aos moradores não se divertirem no local, em respeito aos mortos na tragédia.
Desde março do ano passado, quando a frequentação foi liberada, os surfistas retornam pouco a pouco ao local, que já foi sede de competições internacionais. Após o acidente, Toyoma saiu da rota de campeonatos, causando prejuízos ao comércio local. As lojas de produtos de surf alegam que as receitas caíram pelo menos à metade.
Fonte: rfi.português - publicado em 28 de Agosto de 2013 - Atualizado em 28 de Agosto de 2013
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