Risco de acidente nuclear é muito maior do que se pensava

Instituto Max Planck, da Alemanha, prevê um acidente grave a cada 10 a 20 anos, uma probabilidade 200 vezes superior ao que se calculava antes. Uma fusão de reator na Europa ocidental afetaria cerca de 28 milhões de pessoas.
Máscaras de gás numa escola primária na Ucrânia, logo após o acidente de Chernobyl, não foram distribuídas às crianças para não causar pânico. Foto de Alex Kühni/Flickr.

Um estudo dirigido por Jos Lelieveld, diretor do Instituto Max Planck de Química, da Alemanha, concluiu que um acidente nuclear catastrófico como o de Chernobyl ou de Fukushima pode ocorrer em qualquer lugar do mundo uma vez a cada 10 ou 20 anos, o que significa uma probabilidade 200 vezes superior às estimativas realizadas nos EUA nos anos 90 do século passado.

Estes novos cálculos foram feitos a partir do número de 440 reatores nucleares para usos civis que estão atualmente em operação, mas os cientistas advertem que há outros 60 em construção.

Os investigadores recordam que até hoje se registaram quatro fusões de núcleo com emissão de radioatividade para o exterior: uma em Chernobyl e três em Fukushima.

O estudo conclui que se houvesse a fusão de um reator na Europa ocidental, cerca de 28 milhões de pessoas seriam afetadas pela contaminação radioativa. No sul da Ásia seriam 34 milhões, devido à maior densidade demográfica, e no leste dos Estados Unidos entre 14 e 21 milhões.

Diante destes resultados, os investigadores pedem que se realizem novas análises e avaliações em profundidade dos riscos associados às centrais nucleares.

“A saída da Alemanha do programa de energia nuclear vai reduzir o risco nacional de contaminação radioativa”, disse Jos Lelieveld. “Mas uma mais forte redução ocorreria se os vizinhos da Alemanha desligassem os seus reatores.” O diretor do Instituto Max Planck defende que seja encarado um abandono coordenado internacionalmente da energia nuclear.

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