Pelo menos 12 crianças diagnosticadas com Câncer de tiróide em Fukushima

Pesquisadores japoneses divulgaram na quarta-feira, 5 de junho, um estudo em curso sobre os impactos da radiação da Usina Nuclear de Fukushima sobre os moradores da região atingida pelo grave acidente atômico de marçco de 2011. Do total de 360 mil crianças e jovens que passaram por um ultrassom da tiróide, 12 crianças tiveram o diagnóstico de câncer de tiróide confirmado e 15 apresentam um quadro de suspeita da doença.

Os pesquisadores da Fukushima Medical University que conduziram o estudo assumem uma postura cautelosa sobre o nexo causal com o desastre nuclear de Fukushima ao afirmar que casos de câncer na tiróide foram encontrados nas crianças atingidas pelo acidente nuclear de Chernobyl apenas 4 ou 5 anos depois do desastre. Porém, com o avanço das técnicas de diagnóstico dos últimos 25 anos, é possível que os casos diagnosticados no Japão já sejam efeitos da contaminação atômica pós-acidente na Usina Nuclear de Fukushima.

Na catástrofe de Chernobyl, mais de 6.000 crianças foram diagnosticadas com câncer de tiróide. O Comitê Científico da ONU atribuiu muitos dos casos ao consumo de leite contaminado com iodo radioativo imediatamente após o acidente.

Na área mais atingida pela contaminação radioativa no Japão, a Organização Mundial da Saúde estimou que as mulheres e crianças expostas à radiação têm 70 % mais risco de desenvolver câncer de tiróide durante a vida. A glândula tiróide é o órgão mais exposto uma vez que necessita de iodo para sintetizar hormônios e incorpora o iodo radioativo presente nos alimentos contaminados. Aas crianças são consideradas especialmente vulneráveis pela importância dos hormônios da tiróide no processo de crescimento.

“A desagregação dos dados analisados pela OMS com base na idade, sexo e proximidade com a usina de Fukushima mostram um risco de câncer aumentado para aquelas pessoas que viviam nas partes mais contaminadas", afirma Dra. Maria Neira, diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente.

Dra Neira ainda afirma ainda que "O relatório da OMS destaca a necessidade de acompanhamento a longo prazo da saúde daqueles que estão em situação de alto risco, juntamente com a garantia da prestação de serviços médicos para este grupo". Ela ainda aponta que os danos para a saúde mental dos três grandes eventos – terremoto, tsunami e acidente nuclear - não foram objeto do estudo, mas afirma ter certeza de que “as conseqüências psicológicas e seu impacto será muito alto”.

Em fevereiro deste ano, a TEPCO – Tokyo Electric Power Co - operadora de Fukushima recebeu do governo japonês 7,5 bilhões de dólares para compensar os afetados pelo desastre de março de 2011, quando um terremoto de magnitude 9 seguido de um tsunami matou cerca de 19 mil pessoas e destruiu a usina nuclear de Fukushima Daiichi, espalhando radiação atômica e forçando cerca de 160 mil pessoas a abandonar suas casas.
(Fonte: Japan Times e Reuters, 5 de junho de 2013)

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