Identificados novos poços contaminados por Urânio em Caetité, na Bahia

[Articulação Antinuclear BR]

Com informações do Estado de São Paulo

Foram identificados mais 3 poços contaminados por urânio em Caetité, município baiano onde a INB extrai o minério. Além dos 3 poços com mais de 15 microgramas de urânio por litro de água, há mais 3 com a concentração muito próxima a esse patamar, o limite do permitido para consumo humano.

As pesquisas foram realizadas pelo Governo da Bahia em 19 poços da região. Em agosto, uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo revelou a contaminação de um poço em Lagoa Real, cidade vizinha à mina. Também foi revelado que a empresa sabia da contaminação e não comunicou nem ao governo do estado, nem às autoridades municipais. 

O secretário de meio ambiente da Bahia, Eugenio Spengler, afirma que os poços devem ser lacrados e está em curso a implantação de um monitoramento constante das águas da região.

Caetité é, atualmente, sede da única mina de urânio no país. A mina é explorada pela Indústrias Nucleares Brasileira (INB), empresa estatal, enriquecido no exterior e utilizado nas duas usinas nucleares brasileiras, em Angra dos Reis (RJ). Há anos a população de Caetité tem denunciado a contaminação de água e do solo e o consequente aumento no número de casos de câncer no local. 

Outra consequência gravíssima da mineração é o transbordamento da bacia de rejeitos da mina. Assim como na barragem da Samarco que rompeu e gerou a tragédia de Mariana, a mineração de urânio gera resíduos extremamente tóxico e radioativos. Eles são contidos em bacias de rejeito, uma delas transbordou sete vezes em 2004. Com as chuvas torrenciais caindo sobre a região, os moradores estão em alerta também para outro transbordamento do tipo, que levaria material radioativo ao meio ambiente.