Eletronuclear espera concluir nesta semana empréstimo de R$3,8 bi com Caixa

Por Rodrigo Viga Gaier

Angra 3 nem terminou de ser construída e já se fala em subir a tarifa do MW de energia

A Eletronuclear espera ainda essa semana fechar com a Caixa Econômica Federal empréstimo de 3,8 bilhões de reais ligado à obra da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, afirmou nesta terça-feira o diretor de planejamento, gestão e meio ambiente da subsidiária da Eletrobras, Leonam Guimarães.

O empréstimo será utilizado para cobrir a compra de materiais e equipamentos importados da usina nuclear que está em fase de construção e, deve ficar pronta em 2018.

"Estamos na expectativa de assinatura do contrato de financiamento com a Caixa e isso deve ser feito essa semana, num total de 3,8 bilhões de reais, dos quais 1 bilhão a gente já gastou do empréstimo ponte. Isso é para a parte importada”, disse ele a jornalistas em evento de energia térmica no Rio de Janeiro.

Paralelamente à operação de empréstimo, a Eletronuclear pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisão na tarifa de energia da usina de Angra 3. Segundo Guimarães, a tarifa da usina foi fixada em 2009 a um preço de 148 reais por megawatt/hora e, com esse preço, a empresa não tem capacidade de contratar novos empréstimos e financiamentos.

Caso haja uma aumento da tarifa, a estatal pode ampliar o índice de cobertura da dívida, explicou ele. "A Eletrobras entrou com um processo Aneel para atualizar a tarifa de Angra 3 e a data de início de fornecimento da energia", declarou.

Guimarães disse ainda que a Eletronuclear encaminhou ao governo federal um estudo feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre um modelo que permitiria a entrada de sócios privados no desenvolvimento de novas usinas nucleares no Brasil. Atualmente, essa é uma prerrogativa da estatal.

Pelo estudo a Eletronuclear fica responsável pelo licenciamento ambiental e operação da usina ao passo que o investidor privado construirá a central nuclear.

O estudo prevê também a possibilidade da União dar a garantia ao financiamento das novas usinas e propõe um contrato de longo prazo de forma a dar previsibilidade e retorno ao investidor. A idéia seria fazer um leilão de usinas nucleares nesse modelo e o vencedor seria o grupo que oferecer a menor receita em relação ao preço-teto, disse Guimarães.

"A Eletronuclear é requerente das licenças e você teria algum tipo de financiamento da União, como a garantia que os Estados Unidos estabeleceram para o financiamento para as usinas deles e relançar a energia nuclear lá", explicou. "Outro ponto é ter um contrato de venda futura de energia a um preço atrativo ao investidor", finalizou o executivo.

Exibições: 15

Comentar

Você precisa ser um membro de Articulação Antinuclear Brasileira para adicionar comentários!

Entrar em Articulação Antinuclear Brasileira

Fazemos parte da Frente por uma Nova Política Energética

Acesse!

Site      Facebook    Twitter

© 2024   Criado por Articulação Antinuclear BR.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço