Não deixe o programa nuclear brasileiro repetir o crime da Samarco!



O desastre causado pela mineradora Samarco (Vale e BHP Billiton) em Minas Gerais matou um rio muito importante da
região. Imagine o que poderia causar um crime dessa proporção com urânio, um minério radioativo, que alimenta o Programa Nuclear Brasileiro! Precisamos parar a mineração de urânio no Brasil!

Atualmente o urânio é extraído na Bahia (Caetité) pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Comunidades de Caetité e Lagoa Real (BA) convivem com água e solo contaminados por urânio, desde o ano 2000. Relatos de moradores e pesquisas dão conta do aumento de casos de câncer
na região. Mas a INB e órgãos fiscalizadores negam a gravidade da situação e o aumento de doenças.

No Ceará, o licenciamento para explorar a mina de Itataia, no município de Santa Quitéria, dá passos gigantescos 
atropelando as leis e causando impactos socioambientais na região. Ali, o urânio está associado ao fosfato e será explorado por um consórcio da INB com o Grupo Galvani,
cuja maior acionista é a empresa norueguesa Yara. Em Santa Quitéria, há comunidades convivendo com a seca, mas a mineração quer usar 8.030 m³ de água por ano, o equivalente a 115 caminhões pipa de água por hora, para realizar o beneficiamento do minério. E isto é inadmissível. 

Como a mineração de ferro, a extração do urânio gera toneladas de material, altamente tóxico, que é descartado e fica acumulado na natureza. Na Bahia, este “rejeito” letal, nuclear, fica acumulado em bacias. No Ceará este mesmo lixo radioativo será “contido” por uma barragem de rejeitos, como a da Samarco, em MG.

Em Caetité uma dessas bacias transbordou sete vezes, em 2004, liberando líquido radiativo para o meio ambiente. Pesquisa do engenheiro em física nuclear Bruno Chareyron, dirigente da Comissão de Pesquisa e Informação Independente sobre a Radiatividade -CRIIRAD, (França), revelou que o solo está contaminado com metais pesados
radioativos de longa vida, associados aos rejeitos (tório e rádio), além de chumbo. No Vale do Riacho da Vaca, o despejo de rejeitos é significativo, pois a concentração de radônio, em geral, é mais elevada em depressões e vales.

O urânio é utilizado para produzir combustível para as usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ). Atualmente, é enriquecido na França e volta para o Rio de Janeiro, onde é transformado em combustível. Todas as etapas do ciclo de produção da energia nuclear envolvem enormes riscos.

O Brasil, que já enriquece urânio em pequena escala, tenta ser autossuficiente no enriquecimento, aumentando ainda
mais a quantidade das toneladas de lixo atômico produzido por aqui. 

Tudo isso para alimentar sonhos megalomaníacos, militaristas, colocando os brasileiros sob o risco de sofrer uma tragédia nuclear como a de Fukushima.

As pesquisas e dinheiro investido no ciclo de produção de energia nuclear e construção de novas usinas atômicas,
deve ser investido em fontes de energia limpa e renovável e no reconhecimento e ressarcimento das vítimas do Programa Nuclear Brasileiro.

O abaixo assinado é parte da campanha contra a mineração de urânio e produção de energia nuclear no Brasil promovida pela Articulação Antinuclear Brasileira, Articulação Antinuclear do Ceará e Colizão por um Brasil Livre de Usinas Nucleares.

Clique para assinar. Compartilhe, divulgue! Vamos parar a mineração...

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