Por uma América Latina e Caribe livres de centrais nucleares

Reunidos em Bogotá, na Colômbia, a primeira reunião de Prêmios Nobel Alternativoda América Latina e do Caribe, aprova a proposta de “territórios livres de usinas nucleares para a produção de energia elétrica e de depósitos de resíduos altamente radioativos”. Essa declaração importante condena as iniciativas da indústria nuclear para expandir, no continente, o uso da energia nuclear para a produção de energia elétrica, na busca de novos mercados, frente à tendência de declínio do seu uso nos países que atualmente a utilizam.

Uma proposta muito interessante já vem sendo utilizada na Argentina e pode chamar a atenção para uma mobilização conjunta na declaração de cada município, estado ou província apresentarem projetos de alerta para os povos e governos sobre os riscos e a impossibilidade de evitar acidentes graves em usinas nucleares pelo risco adicional e imprevisível e pela possibilidade dos equipamentos e tecnologia das usinas serem usados para a construção de armas nucleares.

 POR UMA AMÉRICA LATINA E CARIBE LIVRES DE USINAS NUCLEARES

Primeira reunião de Prêmios Nobel Alternativo (RightLivelihoodAward), Bogotá, Colômbia 1 a 5 de julho de 2013

Os Prêmios Nobel Alternativo da América Latina e do Caribe, reunidos em Bogotá, Colômbia, de 1 a 5 de julho de 2013, condenam as iniciativas da indústria nuclear para expandir, no continente, o uso da energia nuclear para a produção de energia elétrica, na busca de novos mercados, frente à tendência de declínio do seu uso nos países que atualmente a utilizam.

Torna-se cada vez mais evidente que este tipo de utilização da energia nuclear traz muitos riscos para as gerações atuais e futuras, pela impossibilidade de evitar acidentes graves em usinas nucleares, pelo risco adicional e imprevisível que criam os depósitos de combustível nuclear esgotado altamente radioativo nos locais em que estão localizados os reatores, e pela possibilidade dos equipamentos e tecnologia das usinas sejam usados para a construção de armas nucleares.

Alertamos os povos e governos do continente sobre estes riscos e condenamos o projeto de construção de um reator nuclear Carem-150, na província de Formosa, na Argentina, junto à fronteira com a República do Paraguai, que nunca foi consultada.

Também condenamos a iniciativa conjunta do Brasil e da Argentina de construir os reatores nucleares gêmeos RMB e RA-10, a continuidade da construção da Angra III no Brasil e a possível construção de um novo reator com tecnologia russa na Argentina.

Conclamamos os cidadãos e organizações da sociedade civil latino-americana e do Caribe, assim como seus partidos políticos e governos, para  uma mobilização conjunta, a partir de cada município e de cada Estado ou Província, para que toda a América Latina e o Caribe sejam declarados “territórios livres de usinas nucleares para a produção de energia elétrica e de depósitos de resíduos altamente radioativos”.

Manfred Max Neef, Chile, Premio Nobel Alternativo 1983
Evaristo Nugkuag, Perú, Premio Nobel Alternativo 1986
Donaldo Quiroga, ATCC Colombia, Premio Nobel Alternativo 1990
Jorge Suarez, Colombia, Premio Nobel Alternativo 1990
Nivia da Silva, MST Brasil, Premio Nobel Alternativo  1991
Silvano Lima Rezende, CPT Brasil, Premio Nobel Alternativo 1991
Helen Mack, Guatemala, Premio Nobel Alternativo 1992
Gloria Ochoa, IBFAN Colombia, Premio Nobel Alternativo 1998
Juan Pablo Orrego, Chile, Premio Nobel Alternativo 1998
Marcos Arana, México, Premio Nobel Alternativo 1998
Martín von Hildebrand, Colombia, Premio Nobel Alternativo 1999
Fernando Funes, Cuba, Premio Nobel Alternativo 1999
Martín Almada, Paraguay, Premio Nobel Alternativo 2002
Raúl Montenegro, Argentina, Premio Nobel Alternativo 2004
Chico Whitaker, Brasil, Premio Nobel Alternativo 2006

Tradução Cristiane Passos - CPT
Documento elaborado pelos participantes da I Reunião Regional dos laureados da RLA

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