BNDES pretende usar o empréstimo de R$10 bilhões do FGTS para financiar obras de infraestrutura como hidrelétricas e a usina nuclear de Angra 3

Por Greenpeace

O Conselho do Fundo de Investimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) se reunirá nesta quarta feira (15) para decidir sobre a liberação de recursos para obras de infraestrutura, entra elas a Hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, e a usina nuclear de Angra 3.

Em maio, foi autorizado o empréstimo de R$ 10 bilhões para reforçar o caixa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com recursos do FGTS que, na prática, representa a poupança dos trabalhadores. Hoje, os cidadãos apenas podem resgatar seu FGTS para financiar moradia, em caso de doença terminal ou só terão acesso à ele quando se aposentarem.

O BNDES pretende usar os R$10 bilhões para investir em projetos de energia, rodovias e ferrovias. A Hidrelétrica de Santo Antônio deve receber cerca de R$45 milhões e Angra 3, R$400 milhões. Todos os projetos precisam ter o aval do Conselho - formado por representantes do governo, dos trabalhadores e dos patrões - para serem implementados.

“O trabalhador brasileiro deveria poder escolher onde e como quer aplicar o dinheiro que é obrigado a poupar e que fica armazenado no fundo”, diz Ricardo Baitelo, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil. “Além do seu dinheiro ser direcionado para um uso que ele não escolhe, é muito provável que vá para financiar obras com impactos socioambientais, como as hidrelétricas, ou uma energia perigosa como a nuclear.”

As escolhas dos projetos de energia do BNDES são equivocadas. Angra 3, por exemplo, foi projetada para custar inicialmente R$7 bi, teve o valor de construção atualizado para R$15 bi e tem previsão para entrar em operação apenas em 2018 após suas obras terem ficado 23 anos paradas. E agora deve receber mais um aporte financeiro com o uso do FGTS. Já a Hidrelétrica de Santo Antônio é mais um dos empreendimentos com atrasos nas obras e deve ser concluída ao final de 2016.

“O Brasil precisa diversificar sua matriz energética, investir em fontes renováveis como a eólica e a solar e diminuir sua dependência de hidrelétricas. Uma possibilidade seria permitir aos brasileiros usar o seu próprio FGTS para instalar painéis solares em seus telhados, uma energia limpa, segura e que não precisa de obras caras e demoradas para entrar em funcionamento”, conclui Baitelo.

Exibições: 15

Comentar

Você precisa ser um membro de Articulação Antinuclear Brasileira para adicionar comentários!

Entrar em Articulação Antinuclear Brasileira

Fazemos parte da Frente por uma Nova Política Energética

Acesse!

Site      Facebook    Twitter

© 2024   Criado por Articulação Antinuclear BR.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço