Previsto para estar em funcionamento a partir de julho, o Centro de Pesquisa e Capacitação em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina - Fotovoltaica/UFSC, deve atender a uma das principais demandas para a disseminação da energia solar no país: a capacitação da mão de obra.
Inaugurado no dia 1º de junho, em Florianópolis, como parte da programação do 6º Seminário Energia + Limpa, organizado pelo Instituto Ideal e pela UFSC, o Centro é uma iniciativa inédita no estado e foi construído com o apoio financeiro do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
De acordo com o professor da UFSC Ricardo Rüther, que está a frente da implantação do Centro, apesar da carência de profissionais capacitados ser muito forte, a energia solar ainda é o segmento das energias renováveis que mais emprega no mundo. “Junto à busca constante por soluções que tornem a tarifa para energia solar mais competitiva, a capacitação é condicionante para o avanço das renováveis. Não é à toa que países como Índia e EUA investem muito nessa área”, destaca Rüther.
O Centro buscará integrar diversas tecnologias fotovoltaicas. Administração, salas de aula, laboratórios e oficinas serão distribuídos em dois blocos. O prédio possui uma capacidade total de 100KWp, sendo que para total funcionamento, o centro utilizará apenas cerca de 60% da energia gerada. "O restante será direcionado para o campo central na UFSC”, observa o professor.
Cerca de 25 estudantes do Grupo Fotovoltaica da UFSC, coordenado por Rüther, já atuam no local, mas futuramente, quatro professores e suas equipes poderão usufruir do espaço.
Eficiência energética
Rüther destacou ainda o projeto do ônibus movido a energia solar, que também conta com apoio do MCTI e deve fazer o trajeto UFSC-Sapiens Parque. “O veículo terá espaço para reuniões e internet”.
Durante a cerimônia de inauguração, o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis) do MCTI, Eron Bezerra, salientou a relevância das energias alternativas e da eficiência energética no contexto real de sustentabilidade e independência. “Sustentabilidade não é o mesmo que preservação. Um país que não tem como garantir sua independência no setor energético e que não pensa em desenvolver energias renováveis está com os dias contados”, afirmou.
Pesquisas e projetos
Para o secretário, ensino e pesquisa que desenvolvam tecnologias alinhadas à realidade têm grande potencial de garantir a sustentabilidade para a população. O papel do governo neste contexto é estimular pesquisas e fomentar projetos. “Para 2015, temos R$ 90 milhões destinados a financiamento, a 3,8% de juros ao mês. Precisamos estreitar a distância entre o governo, as instituições de pesquisa e ensino e as empresas privadas para que essa verba seja bem aplicada”.
Segundo o Pró-reitor de pesquisa da UFSC, Jamil Assreuy, o Centro de Capacitação marca o início da construção do parque científico e tecnológico da Universidade no Sapiens Parque, localizado na Rota da Inovação do município.
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