Em 11 de março de 2011 um Tsunami atingiu a cidade de Fukushima e causou a explosão e derretimento de três reatores nucleares da Central Nuclear Fukushima I. A explosão dos reatores causou o escape de radiação em um acidente classificado no máximo da Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
A partir desse acidente os moradores de um raio de 20 km foram evacuados, foram 150 mil pessoas desalojadas e que hoje começam a serem pressionadas a voltar ao entorno do acidente mesmo sem terem a certeza de que a área está livre de radiação. Os efeitos à saúde humana vem sendo minimizados pelo governo japonês e pela imprensa local e internacional.
Foi o mais grave acidente nuclear desde Chernobyl, em 1986. Assim como a cidade Ucraniana, Fukushima tornou-se uma cidade fantasma. Toda a economia da região foi prejudicada. Até abril do ano passado o Japão já havia gastado quase 5 bilhões de dólares para descontaminar a área, trabalho que deve durar ainda cerca de 40 anos.
Na época, o primeiro-ministro Naoto Kan era um defensor das usinas. Hoje, é um ativista antinuclear. Naoto Kan demitiu-se de seu cargo e pediu desculpas ao Japão pela responsabilidade do estado na tragédia. Assim como ele, hoje, a maior parte da população japonesa também defende o fim da energia nuclear no país.
E porque após uma tragédia desse porte seguimos acreditando na segurança de usinas nucleares?
Apesar de todos os avanços tecnológicos e na segurança das usinas existe sempre o imponderável. Como prever o efeito de todos os eventos possíveis de se acontecer no entorno de uma usina? O Japão é um país muito preparado para lidar com os eventos sísmicos frequentes no país, ainda assim não conseguiu evitar a catástrofe nos três reatores nucleares.
Como garantir que erros humanos ou até mesmo ataques intencionais nunca venham a acontecer? Na impossibilidade disso, o mais razoável é aderir ao princípio da precaução e não realizar atividade que pode vir a ter impacto insuperável no meio ambiente e na saúde humana.
Ainda assim vemos alguma resistência de setores de países desenvolvidos em abandonar a energia nuclear e os planos de expansão desse setor nos países em desenvolvimento. O Brasil, por exemplo, pretende construir 5 usinas nos próximos 30 anos. A China, pasmem, 30!
Os japoneses já passaram pelo inferno atômico em dois momentos diferentes, primeiro na II Guerra Mundial, com o lançamento de bombas atômicas sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. E agora novamente em 2011 com o desastre de Fukushima. Não ouvir as vítimas japonesas é desconsiderar seu sofrimento que poderia nos servir de exemplo e evitar a eterna repetição. Temos energia limpa e renovável para todos! O Japão e todos os países do mundo precisam abolir o uso de energia nuclear em respeito às vítimas de desastres atômicos e ao nosso futuro.
Mais sobre Fukushima:
Leia o relato de Chico Whitaker sobre visita à Fukushima em 2014
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