27 Setembro, 13:39
Uma dezena e meia de especialistas russos da área de radiação, representando a Rosatom, a Rosgidromet (agência de meteorologia), o Ministério da Defesa e a Universidade Marítima do Extremo Oriente, seguiram viagem a partir do porto de Vladivostok. A bordo do navio “Professor Khlyustin” teve início a terceira expedição de monitoração da situação radioativa na região do Extremo Oriente e das ilhas Curilhas.
Depois da extensa catástrofe que aconteceu em Fukushima estes estudos devem ser realizados, não uma vez, mas com regularidade, sublinhou em entrevista à Voz da Rússia, antes da partida do navio, o chefe do Laboratório de Segurança Radioecológica Stanislav Shabalev. Segundo o mesmo afirmou, este ano “os estudos serão mais extensos do que antes”:
“Será monitorada a presença de radionuclídeos artificiais em aerossóis de ar e recolhidas amostras para analisar a presença de césio, estrôncio e trítio, assim como parcialmente de plutônio, na água. Serão recolhidas amostras de solos, erva e hidrobiontes, como moluscos, por exemplo. Durante a viagem tudo isso será pesquisado para detectar a presença de radionuclídeos.”
Segundo o especialista, as anteriores expedições de 2011 e 2012 demonstraram que a presença de césio-137, estrôncio-90 e outras substâncias perigosas na água do mar e nos solos não evidenciam uma influência importante do acidente da usina japonesa sobre o território da Rússia. Esta expedição tem mais um caráter de confirmação desse fato, referiu Stanislav Shabalev. Outra tarefa não menos importante é o estudo dos processos de comportamento da radiação no mar e na área costeira:
“Pode ter havido alterações para melhor, provavelmente isso terá acontecido. Alguma coisa terá ido para o oceano e aí se terá diluído, os radionuclídeos de vida curta se terão decomposto. Mas também podem ter ocorrido processos negativos. Isso terá de ser verificado, temos de ter a certeza que a radiação se mantém em níveis da radiação de fundo na zona das nossas águas territoriais, das nossas ilhas e das nossas reservas pesqueiras.”
Os dados da monitoração são necessários para garantir a segurança do desenvolvimento da energia nuclear, para as pessoas e para o funcionamento das usinas nucleares em funcionamento e em construção. “Nós tentamos avaliar como as medidas tomadas pelo lado japonês depois do acidente de Fukushima contribuíram para minimizar os danos e para que os radionuclídeos tenham deixado de vazar para o ambiente”, informou o cientista. Ele considera que essa avaliação é importante para a tomada de decisões corretas na área da segurança e do desenvolvimento da energia nuclear na Rússia.
Recordemos que o acidente na usina de Fukushima I, a maior depois da catástrofe na usina nuclear de Chernobyl, ocorreu depois da ocorrência de um forte terremoto no nordeste do Japão a 11 de março de 2011. Depois dos abalos subterrâneos, a costa foi atingida por uma onda tsunami de 14 metros de altura, a qual inundou quatro dos seis reatores de Fukushima e avariou o sistema de resfriamento.
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