Com informações do Valor Econômico
A Eletrobras realizou uma nova baixa contábil, no valor de R$ 4,092 bilhões, relativa ao projeto da usina nuclear de Angra 3, no resultado do segundo trimestre de 2016. De acordo com documentos da companhia, foi feito um impairment de R$ 2,414 bilhões relativo ao empreendimento e foi reconhecido um valor excedente ao ativo de R$ 1,677 bilhão como provisão de contrato oneroso. No resultado de 2015, a companhia já tinha feito um impairment relativo à usina de R$ 4,973 bilhões.
“Considerando que a companhia revisou o orçamento total do empreendimento Angra 3, em razão de nova postergação da data prevista para início da operação da usina nuclear, que passou a ser dezembro de 2022, a companhia reconheceu em seu ativo, na rubrica imobilizado, impairment adicional no valor de R$ 2,414 bilhões”, informou a Eletrobras no resultado do segundo trimestre.
“Considerando que com o impairment realizado acima, o VPL [valor presente líquido] do fluxo de caixa da usina ficou negativo, a companhia reconheceu também um valor excedente a este ativo de Reconheceu também um valor excedente a este ativo de R$ 1,677 bilhão, como provisão de contrato oneroso”, completou a elétrica.
O aumento no orçamento da construção da usina é fruto da manutenção mínima necessária à obra paralisada, revisão de contratos a serem relicitados, taxa de câmbio e juros sobre o financiamento anterior. As obras de Angra 3 estão paralisadas desde setembro de 2015, quando o consórcio responsável pela construção civil da usina abandonou a construção. Desde então as licitações de Angra 3 têm sido devassadas pela justiça e vários executivos da estatal e empreiteiras contratadas foram presos. O TCU estima que os desvios podem ter chegado à R$ 136 milhões.
O contrato da Eletronuclear sobre Angra 3 previa a venda de energia por R$ 148,65 por megawatt-hora (MWh), mas esse valor foi atualizado para R$234,18 (MWh) e a empresa já fala em aumentar esse custo para cobrir os prejuízos da obra mal sucedida.
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