Por Agência Efe
O Japão destinou até agora 590 bilhões de ienes (US$ 4,956 bilhões) para desmantelar a usina nuclear de Fukushima, um processo que se prolongará por mais três ou quatro décadas, segundo o relatório de uma auditoria do governo japonês divulgado nesta quarta-feira.
Desde o acidente nuclear causado pelo tsunami e o terremoto de março de 2011, o Estado japonês e a proprietária da usina gastaram mais da metade do orçamento previsto para todo o processo de desmantelamento, de acordo com as conclusões do órgão de auditoria designado recolhidas hoje pelo jornal "Asahi".
Os diversos problemas e atrasos nos trabalhos e sua complexidade técnica dispararam os custos do projeto, cuja quantia inicial foi estimada em 1 trilhão de ienes (US$ 8,4 bilhões) pela proprietária da usina, a Tokyo Electric Power (TEPCO).
Entre as medidas mais caras e que não deram os resultados esperados se destacam o sistema de tratamento de líquido radioativo, que funcionou de forma intermitente, e os tanques provisórios construídos para armazenar água contaminada, que sofreram diversos vazamentos antes de serem substituídos por outros contêineres.
Também se investiu uma quantia considerável (40,7 bilhões de ienes) em um muro de gelo subterrâneo para evitar que os vazamentos de água contaminada procedentes dos reatores cheguem ao mar, uma medida que iniciou-se em julho do ano passado e cuja viabilidade ainda está em interdição.
Do total do dinheiro gasto, 189 bilhões de ienes (US$ 1,587 bilhão) procediam do Estado, que se comprometeu a financiar o processo de desmantelamento com a condição de que a TEPCO devolvesse a quantia mais adiante.
Além disso, o governo se comprometeu a emprestar a TEPCO a metade dos 9 trilhões de ienes (US$ 75,6 bilhões) que lhe custará compensar às vítimas do desastre nuclear e descontaminar as áreas próximas à usina.
Devido à duração de longo prazo destes trabalhos de descontaminação e desmantelamento, o órgão de auditoria alertou para a dificuldade que os cofres públicos recuperem esta quantia.
Em seu relatório, os auditores instam a TEPCO a reduzir os custos do processo e seu peso sobre as contas estatais, e também destacam a necessidade de que a companhia mantenha sua viabilidade econômica para garantir que poderá devolver os fundos públicos.
Por sua parte, a companhia elétrica intervinda pelo Estado confia em sanear suas contas e melhorar seu valor de mercado com medidas como a reabertura de sua usina de Kashiwazaki-Kariwa, a maior central do mundo e que está à espera do sinal verde da Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA).
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